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08/04/2025

Seminário discute combate ao greening

Vítor Ogawa
O combate ao greening (HLB- huanglongbing) foi o tema central do seminário de citricultura realizado no Recinto Milton Alcover na manhã desta terça-feira (8), na ExpoLondrina. O palestrante Éder Bublitz, diretor Presidente da Ceasa PR, falou sobre o mercado e horizontes na citricultura. Renato Blood, do Programa Estadual de Sanidade da Citricultura,  falou sobre o combate ao greening e operação Big Citros. Wolney Saulo dos Santos Filho e Elton Pratinha falaram sobre os casos de sucesso no combate ao HLB. Já o engenheiro agrônomo Carlos Wagner Aravechia discorreu sobre os benefícios e vantagens da produção de citros. 
O greening é causado pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus, que é transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri. Antes era uma doença distante e que não causava preocupação aos produtores de laranja no Brasil, mas, de dois anos para cá, se tornou presente por aqui, inclusive no Paraná tem atingido as principais cidades que produzem laranja no Estado. É a principal praga que afeta os cultivos de citros no mundo. 
Todos os palestrantes foram enfáticos ao dizer que a cultura de laranja na Flórida foi devastada pela doença. Éder Bublitz ressaltou que a qualidade das laranjas que têm chegado à Ceasa é de uma laranja de baixa qualidade, com aparência verde e de sabor azedo. Ele comparou com as frutas comercializadas pela Holanda e pelo Egito, que possuem uma aparência muito melhor e têm valor agregado superior. “O Egito pode ser comparado com a gente, mas eles agregam muito mais valor a seus produtos”, declarou.
O HLB é uma doença incurável, de rápido espalhamento e afeta todas as espécies de citros, como laranjas, tangerinas, limas e limões, além de atingir árvores como a murta.
É transmitida por insetos sugadores do floema, chamados psilídeos. Quando a árvore é atingida pela doença, isso afeta a saúde e a produtividade das plantas. A principal forma de combater a doença é a erradicação das árvores atingidas, inclusive com a recomendação de evitar a rebrota. 
No trabalho preventivo há a recomendação de utilizar oitos diferentes produtos químicos. Os técnicos afirmam que o glifosato é incapaz de fazer esse controle, porque os insetos propagadores da doença adquirem resistência ao veneno. Entre as medidas de controle do greening, a indicação é plantar mudas sadias e certificar-se de que têm procedência idônea; eliminar as plantas doentes; controlar o psilídeo; evitar podar ramos com sintomas; vistoriar frequentemente as laranjeiras para identificar plantas doentes e eliminá-las o mais rapidamente possível; planejar o local do plantio; acelerar o crescimento e a produtividade das plantas com práticas como adensamento, adubação, irrigação; reduzir o período de exposição a psilídeos; cuidado com a faixa de borda; cuidado com os vizinhos dos pomares. A indicação é que haja um controle de até 4 km distante do pomar. O greening é considerada a doença mais destrutiva dos citros no Brasil e a maior ameaça à citricultura mundial. 
Renato Blood, da Adapar, ressaltou que em 2016 a incidência era de 18,87% das laranjeiras com sintomas, de acordo com os dados da Fundecitrus, mas que em 2023 atingiu 42,55% dos laranjais.
Wolney Saulo dos Santos Filho e Elton Pratinha, que atuam no setor de sucos, relataram que o Brasil é o maior produtor mundial da fruta e de suco concentrado, mas o preço tem se mantido baixo devido à baixa qualidade do suco. Mesmo assim eles ressaltaram que é a cultura com a maior rentabilidade por hectare, possibilitando ganhos 8 vezes maiores por hectare que a cultura da soja. “A estimativa é de uma safra muito maior que a do ano passado”, declarou Pratinha. 
Entre as vantagens elencadas pelos dois estão a geração de empregos formais em regiões com poucas oportunidades, contribuição para o desenvolvimento e geração de renda, manutenção da cadeia produtiva de citros com a preservação de recursos naturais, inclusive favorecendo as próximas gerações.
Carlos Wagner Aravechia, da Integrada, projetou que para a safra 2025/2026 a previsão é de uma safra de 228,52 milhões de caixas. Ele ressaltou que o custo de implantação e formação de um pomar de 10 alqueires custa R$5.125.571,59. Em seis anos o faturamento bruto é de R$7.229.937,89 nesses 10 alqueires.   
Mesmo com tamanho rendimento, o greening pode colocar todo esse investimento em risco.
Fotos: Leonardo Orcini
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