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13/04/2025

Previsibilidade do mercado paraguaio oportuniza negócios para empresários brasileiros

Por Mariana Guerin
Sábado (12) foi dia de conhecer os potenciais do mercado paraguaio na palestra gratuita “Oportunidades para empresas brasileiras no Paraguai” que aconteceu na Casa do Criador, com coordenação da Prefeitura de Londrina, Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) e Sociedade Rural do Paraná.
Carlos Paredes Astigarraga, diretor de Mercado Mundial da Mix Comex e ex-chefe da Casa Civil da Presidência do Paraguai, elencou diversas características comerciais que fazem do país vizinho um parceiro promissor para investimentos de empresários brasileiros de vários segmentos, incluindo o agronegócio.
“Paraguai é um país irmão do Brasil e nos últimos anos fizemos escola, ficamos maiores e mais fortes. Se antes éramos o irmão menor, hoje podemos trabalhar juntos para olhar novas oportunidades no mercado mundial”, avalia Astigarraga, citando os setores de autopeças, têxtil, calçados, informática e eletrônica. “Não só para a fabricação, com indústrias, mas também como centro de distribuição para a região.”
Entre os destaques citados na palestra está a previsibilidade do mercado paraguaio: inflação controlada, estabilidade monetária, sistema tributário simples e barato e baixo custo de energia e mão de obra. Há uma importante legislação no país, a Lei 99, que define uma alíquota única para pagamento de impostos de 10% para todos os setores da economia.
Hoje, existem 400 empresas maquiladoras no Paraguai, sendo que 80% são de empresários brasileiros. Empresa maquiladora é o nome dado às empresas responsáveis pelo processo de transformação de um produto, que só será finalizado em outro país e por outra companhia. Em alguns países, essas indústrias têm uma menor carga tributária e baixo custo de produção, o que impacta positivamente o lucro, como é o caso do Paraguai.
Com um clima aberto para negócios e uma população muito jovem – 70% da população paraguaia tem menos de 30 anos –, o país tem mão de obra em abundância para treinamento nos setores de serviço e alimentos. 
“Há 85 anos com a mesma moeda, oferecemos estabilidade monetária, previsibilidade e capacidade de crescimento, com um sistema tributário simples e mercados abertos. Hoje, o custo para a gerir uma empresa no Paraguai é, em média, 35% menor que o custo brasileiro”, reitera Astigarraga, destacando que a meta paraguaia para 2030 é tornar-se referência em produção de alimentos para a América do Sul.
“Como o Brasil, o Paraguai está localizado em uma área muito fértil e com 7 milhões de habitantes fornecemos alimento para 80 milhões. A hidrovia paraguaia possui a terceira maior frota de embarcações do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China e 80% dos navios de bandeira paraguaia são de empresários brasileiros que estão fazendo grandes negócios”, assinala o diretor da Mix Comex.
A parceria Brasil-Paraguai é antiga e regista uma evolução positiva, com uma inversão de valores: hoje, o país vizinho tem uma população jovem que quer trabalhar e busca oportunidade de emprego. “Além disso, vivemos em um país rentável, com todos os setores apontando uma média de 22% de retorno aos investimentos. Tem alguns setores que dão uma rentabilidade muito maior. O setor pecuário, com boa genética, supera amplamente esses números, e é uma oportunidade boa”, declara Carlos Astigarraga.
O Paraguai ainda carece de tecnologias aplicadas ao agronegócio, o que pode ser uma boa oportunidade de negócios para empresas brasileiras do setor. Os custos do agronegócio no país vizinho também são bastante competitivos. Produzir aves, por exemplo, é 25% mais barato no Paraguai em comparação ao Brasil por conta da boa logística, dos impostos baixos e dos baixos custos da energia e contratação de mão de obra. 
Por conta do clima e solo, o país também é líder em reflorestamento, com um ciclo de 6,5 anos, bem mais rápido que países europeus reconhecidos por suas políticas florestais, como Suécia, Noruega e Finlândia, onde o ciclo florestal é de 20 anos. 
“Uma rodada de negócios promovida pelo Sindimetal de Londrina me oportunizou conhecer o Paraguai, conhecer o mercado e reconhecer que é um dos melhores países para se investir no momento, por ser um país em crescimento contínuo, onde todos os segmentos da sociedade estão engajados”, conta o empresário Beto Ávila, que depois de visitar várias cidades e como funciona o mercado local, passou a fazer negócios por lá. “Tenho uma loja de peças em Londrina e toda semana envio produtos para o Paraguai.”
Fotografia: Ricardo Chicarelli
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