Por Vitor Ogawa
O governador Carlos Massa Ratinho Junior ressaltou, nesta sexta-feira (4), na abertura da 63ª ExpoLondrina , a iniciativa da criação do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios nas Cadeias Produtivas do Agro (FIDC Agro Paraná). O fundo foi lançado quinta-feira (3) na B3, em São Paulo. De acordo com o político, trata-se do primeiro instrumento de crédito voltado ao agronegócio criado por um Estado e deverá alavancar aproximadamente R$ 2 bilhões para financiar a expansão das atividades de produtores agrícolas vinculados a cooperativas e empresas integradoras nos 399 municípios paranaenses.
“Esse fundo nasce com R$ 2 bilhões, fruto do investimento do Governo do Estado para proporcionar o financiamento do agronegócio com juros mais baratos que o Plano Safra”, ressaltou o governador.
O comandante do Executivo paranaense reforçou que os recursos atenderão o pequeno, o médio e o grande agricultor. “Nós precisamos de investimento em armazenagem, em irrigação, em novos aviários, em novas granjas de suinocultura, de uma pecuária intensiva através do confinamento, e de novas pesquisas através do IDR-PR, para trazer mais inovação”. Ele reforçou que o fundo nasce como referência no Brasil e dará ainda mais força aos agricultores que vendam para mais de 170 países para os quais o Estado já comercializa seus produtos, transformando o Paraná em um supermercado global.
As cooperativas instaladas no Estado e empresas integradoras poderão participar desse fundo, por meio da criação de outros fundos vinculados, e oferecer condições facilitadas de financiamento aos cooperados e integrados para a compra de máquinas, equipamentos, sistemas de irrigação e logística.
O Governo do Estado entrou inicialmente com um aporte de R$ 150 milhões por meio da Fomento Paraná, instituição financeira responsável pela formatação do fundo, que já dispõe de outros R$ 200 milhões para alavancar fundos da mesma natureza.
A gestão do FIDC Agro Paraná será feita pela Suno Asset, escolhida por meio de chamada pública da Fomento Paraná. Pertencente ao Grupo Suno, a gestora possui mais de R$ 1,5 bilhão sob sua gestão, sendo mais de R$ 500 milhões investidos no agronegócio, e trabalhará para atrair mais investidores privados ao novo fundo.
Diferentemente do Plano Safra, cuja maior parte dos recursos são usados para custeio e comercialização da produção, o FIDC Agro Paraná será focado na oferta de crédito para melhorias e ampliação das atividades agrícolas.
A criação do fundo busca aproveitar a força da agroindústria e o modelo produtivo cooperativista. “Com a ampliação da oferta de crédito, queremos estimular os investimentos em áreas que são a vocação do Paraná, tanto é que já temos quatro cooperativas que estão preparando os seus fundos, além da sinalização de outros segmentos do setor que já demonstraram interesse em aderir”, afirmou.
Ratinho Junior também esclareceu que os aportes do Governo do Estado por meio da Fomento Paraná buscam equalizar os juros dos futuros financiamentos, e que toda a gestão do fundo será privada.
A expectativa é de que, conforme a iniciativa avance com a atração de mais investidores, o Executivo Estadual possa fazer novos aportes para multiplicar os investimentos em todas as regiões produtivas do Paraná. Os R$ 2 bilhões dispostos pelo Governo podem gerar uma alavancagem de até R$ 14 bilhões em investimentos totais para o agronegócio conforme o projeto se consolide cada vez mais.
A Fomento Paraná, além de principal cotista, definirá as políticas de aplicação de recursos do fundo. A participação dela é limitada a 20% dos recursos totais aplicados, sendo o restante oriundo da iniciativa privada e de outros investidores qualificados, incluindo as próprias cooperativas.
Fotos: Henrique Campinha