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08/04/2025

ExpoLondrina tem evento técnico sobre apicultura e meliponicultura

Por Guilherme Morais
É indiscutível a importância das abelhas para o bom funcionamento do ecossistema em que os seres humanos dividem com outras espécies. Diante disso, o assunto foi abordado com especialistas da área no 2º Encontro Regional de Meliponicultura e Apicultura (atividade de criar abelhas sem ferrão e atividade de criar abelhas com ferrão, respectivamente), realizado no Recinto José Garcia Molina, dentro do Parque Ney Braga Eventos, na ExpoLondrina 2025, nesta terça-feira (8).
De acordo com Késia dos Santos Benedito, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a diminuição das abelhas impacta diretamente no meio ambiente. “Muitas plantas não conseguem ser polinizadas artificialmente. Por isso, a preservação delas é vital para a nossa vida e para a vida do planeta”, frisou. No evento, Benedito tratou de como fazer a Guia de Transporte Animal (GTA): “todo animal de produção que será transportado de um local para o outro, independente se é no mesmo município, outro estado ou outro país, tem que ter a GTA emitida”.
Quem também palestrou foi o técnico de campo e instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Cleber Henrique de Oliveira. Ele tratou da diversificação da renda na apicultura. “Além do mel, temos vários outros aspectos que podemos explorar com as abelhas. Própolis, polinização, pólen, geleia real, cera, entre outras”, elencou. O técnico ainda conscientizou sobre a necessidade de um melhor desenvolvimento do serviço de polinização no Brasil.
Além disso, manejo, colheita, armazenamento e comercialização do mel e outros derivados das abelhas nativas foram tratados por Marlon Hladczuk, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), de Prudentópolis. “A meliponicultura segue em caminho inverso da apicultura. Enquanto a apicultura tem passado por uma crise de volume de produção e reconhecimento de valor para o produtor, o mercado e a demanda da meli vêm crescendo. E os preços são pelo menos dez vezes mais rentáveis do que os produtos vindos da apicultura”, descreveu. 
Na mesma linha, Cleber complementa: “o que desestimula o produtor rural é o valor. Para exportação, o preço gira em torno de R$10, enquanto em 2016 e 2017, chegou a 19 reais o quilo. Exceto alguns produtores que trabalham com o consumidor final”.
Dor de cabeça para os produtores
Os Pequenos Besouros das Colmeias (PBC) geram uma preocupação na produção das colmeias, principalmente quando eles se proliferam. “Nas fases de ovo, adulto e larva, ele fica na parte de cima do solo. Depois, na fase de pulpa, ele se enterra no chão e o maior problema é a contaminação o mel. Atualmente, as abelhas já se acostumaram com a presença e até se tem incidência de passarem alimento para ele na boca. É um caso crítico”, explicou o técnico do Senar.
Para tratar do problema, Cleber indica o manejo, sem a interferência química, até para que a qualidade do mel brasileiro continue sendo considerada como orgânica perante o mercado mundial. Por exemplo, a troca de cera, caixas padronizadas, manter o apiário limpo e fazer sanitização com cal e sal no solo para amenizar a infestação. Segundo ele, ainda não há incidência do besouro em Londrina, mas sim em regiões próximas. 
Aplicações do mel
São diversas. Cosméticos, sabonete, cremes, protetores labiais, hidromel (bebida alcoólica composta de água, mel e fermento). Ele também pode ser utilizado como um produto preventivo e antioxidante. 
Serviço
A Adapar pode fazer a GTA quando for dentro do país. É preciso ter um cadastro ativo na agência e o saldo de animais que você pode transportar é de acordo com a respectiva propriedade. Para cadastrar não tem custo e são necessários documentos pessoais e referentes ao imóvel. “É essencial que todos os produtores tenham o cadastro”, reforçou Késia.
Já a GTA para fora do Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária é o responsável.
Fotografia: Ricardo Chicarelli
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