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07/04/2025

ExpoLondrina quantifica emissões de gases de efeito estufa pelo segundo ano consecutivo

Por Mariana Guerin
Esse é o segundo ano que a GPX Tecnologia e Investimento faz a quantificação dos gases de efeito estufa e a compensação de carbono para a Sociedade Rural do Paraná durante a ExpoLondrina. Em 2025, além de oferecer este serviço, a empresa trouxe para o Pavilhão Smart Agro a palestra “Uma nova safra com créditos de carbono – desafios e benefícios da EUDR”, sobre a nova lei da União Europeia para produtos livres de desmatamento.
O presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Marcelo Janene El-Kadre, destaca que a ExpoLondrina é a primeira exposição agropecuária do país a compensar as emissões de gases de efeito estufa. “Eu gosto desse protagonismo. É muito importante dar o exemplo e participar ativamente do que está acontecendo no mundo. É só benefício para o produtor”, opina.
De acordo com Paulino César Gaspar, sócio fundador da GPX, a compensação de carbono para a ExpoLondrina parte da quantificação de energia elétrica consumida, seja ela estacionária ou advinda da rede, de todo o consumo de água, de toda a geração de resíduo, seja sólido, líquido e dejetos gerados pelos animais, e da concentração de pessoas no parque de exposições.
“A partir dos dados coletados pela Sociedade Rural são quantificados os tipos de resíduos que foram gerados, o tipo de emissão gerada e, para cada resíduo, há um potencial diferente de geração de gás de efeito estufa.”
“Cada gás, seja um C4, um metano ou um CO2, tem um potencial de aquecimento que é convertido para a quantidade de carbono equivalente a partir de uma tabela”, explica Gaspar. Em 2024, a ExpoLondrina gerou em torno de 460 toneladas de resíduos antes, durante e depois da feira.
Na prática, a captação dos dados é feita por uma calculadora eletrônica que reúne todas as notas fiscais de resíduos que foram removidos no parque, todo o público informado pela Sociedade Rural, que também passa informações sobre o consumo de energia e de água antes, durante e depois do evento até a remoção total dos estandes e animais. “Essa quantidade de recursos naturais demandados é quantificada, tanto a volumetria, o tipo de gás gerado e a conversão por CO2 equivalente”, diz Gaspar.
Com os dados em mãos, a GPX escolhe um dos seus projetos de geração de crédito de carbono, traz esse crédito para a Sociedade Rural, faz a compensação dessas emissões, emite um certificado por meio da sua blockchain e entrega à SRP, atestando que o evento foi carbono neutro ou net zero. “Isso significa que o evento gerou emissões que foram compensadas”, completa o empresário.
Segundo ele, a compensação é feita por meio do apoio da SRP a projetos que a GPX realiza no bioma amazônico, nos quais são quantificados o estoque de carbono na floresta e o estoque de carbono no solo, que são validados lá e compensados aqui. “A Sociedade Rural, em que pesa ter feito o evento e gerado todas as emissões, se compromissou a adquirir com a GPX esses créditos”, informa Gaspar. Hoje, um crédito de carbono no mercado gira em torno de R$ 53 a tonelada. 
Contando apenas com os dados relatados pela SRP à GPX ao final da ExpoLondrina de 2024, a feira compensou 100% das emissões de gases de efeito estufa. “Mas é preciso reforçar que esse número não é preciso porque você teria que colocar sensores, medir, fazer todo o ciclo da feira. E isso só é possível com o uso de satélite direcionado para o parque de exposições, com o objetivo de quantificar a emissão de C4, CO2 e óxido nitroso, de acordo com a quantidade de público. Você vê, inclusive, por sensação térmica, esse aumento da temperatura local e a volatilidade dos gases”, ressalta Paulino Gaspar.
De acordo com ele, os gases de efeito estufa mais gerados durante a ExpoLondrina são C4, seja pelos dejetos dos animais, seja pela decomposição, além de óxido nitroso dos desejos animais e também CFC gerado pelo consumo do ar condicionado.
Até 2024 não havia nenhuma ação de compensação de carbono no parque de exposições. “A vantagem, primeiro, é o impulsionamento dessa economia circular, que faz a rastreabilidade das emissões do início, meio e fim da feira. Com isso, a Sociedade Rural consegue mensurar e tomar ações positivas, como a captação de água da chuva e tratamento em cisterna para ser usada na limpeza das baias, por exemplo”, elenca o dono da GPX.
Ele reforça que a primeira vantagem é a redução da pegada hídrica, com a diminuição do consumo e, consequentemente, do gasto financeiro com água, além do caráter educacional de colaboradores e associados e o compromisso da SRP com o meio ambiente e a sociedade como um todo, com a destinação correta dos resíduos e a quantificação, para entender a curva de produção de gases de efeito estufa.
Sobre a GPX
A GPX nasceu como startup em São José (SC), onde funciona há oito anos. Já são 126 projetos realizados no Brasil todo desde então. Como o mercado de crédito de carbono ainda é insipiente no Brasil, a empresa começou a buscar parcerias com certificadoras para a validação dos seus projetos de compensação de carbono. 
A primeira parceria foi com a Embrapa, depois com diversas universidades, como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a última parceria, que já tem dois anos, foi com o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná). “Assinamos um termo de recuperação técnico-financeira para fornecer ao Estado um sistema de blockchain para que o próprio Tecpar possa validar projetos de compensação de carbono de todo o Brasil.”
Fotos: Lunartty Souta
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