Vítor Ogawa
Existe uma lista de quase uma centena de adjetivos para descrever queijos. Para as cascas, podem ser "floridas", "cinzentas", "aveludadas", "lavadas", "pegajosas", "naturais", etc. Para as massas, palavras como "quebradiça", "colante", "macia", "firme". Para os sabores e odores, mais uma infinidade de adjetivos. Na ExpoLondrina há vários estandes que oferecem queijos produzidos principalmente de leite de vaca, mas também ovelha, cabra e búfala, mas em alguns momentos os adjetivos são insuficientes para descrever as iguarias à venda no Parque Ney Braga.
O estande BãoPadaná Mineirices, que fica na entrada dos camarotes dos shows, oferece vários queijos de cabra, de vaca, de búfala e até de ovelha. “O foco do nosso trabalho é em Minas, primeiro porque eu sou mineiro e carrego isso no sangue. A gente visita as queijarias artesanais em Minas Gerais e traz o que Minas tem de melhor”, afirmou Filipe Alexandre Boscaro de Castro. “Para a ExpoLondrina eu trouxe uma linha de frente aqui com queijo de cabra. Eu trouxe as buchettes, que são queijos de cabra fresco feito com leite pasteurizado de cabra. São queijos de origem francesa que possuem uma massa bem láctea e cremosa. A gente também tem o meia cura de cabra em duas versões: o meia cura tradicional, com 20 dias de maturação, e uma versão um pouco mais maturada com uma casquinha de carmim de cochonilha.”
Ele tem também o caprino romano, no caso, caprino da Mantiqueira. “Ele é um parmesão de cabra com mais de 90 dias de maturação e que apresenta cristais de tirosina, que é um aminoácido que combate a depressão.”
Livia Trevisan, da Estância Baobá, está com um estande na ExpoSabores. “A gente tem queijos de vaca e ovelha agroecológicos. É uma produção toda nossa, que é realizada pensando no bem-estar animal e, ao mesmo tempo, a gente pensa também em fazer um queijo que se destaque do mercado”, apontou. A maioria são queijos finos. “A gente trabalha com queijos fermentados frescos, queijos maturados de vaca e de ovelha, queijos com mofo branco e queijos com mofo azul.”
Para a edição deste ano a Estância Baobá trouxe três queijos novos, dois deles são de vaca e um de ovino. “A gente também está com um licor de doce de leite, que também é uma novidade”, destacou.
Outro estande da ExpoSabores é da Queijaria Cornélia. Em 1960, um grande grupo de famílias proveniente dos Países Baixos (Holanda) imigrou para o Brasil estabelecendo-se em Arapoti, onde em comunidade desenvolveram-se com a agropecuária. A família de Willem e Elizabeth Cornelia Verburg fazia parte deste grupo. Na década de 1950 na região de Gouda (Holanda), Cornelia produzia queijos e ganhou diversos prêmios pela sua fabricação. Depois de imigrar para o Brasil, decidiu passar a tradição para suas noras. “Meu nome é Gezina Krikke. A especialidade da Queijaria Cornélia é o queijo tipo Gouda. Minha sogra ensinou todas as noras e também inventamos vários outros sabores.” Krikke explicou que quanto mais velho o queijo for, mais gostoso ele fica. “Quando é novo ele é cremoso e já possui sabor forte. Conforme vai maturando o sabor fica mais acentuado. O meu preferido é o queijo fino grego, que ganhou prêmio em um concurso em Brasília, mas o meu marido prefere o de pimenta calabresa”, destacou.
Inácio Moleta é do estande Sabores de Prudentópolis, que trouxe seus queijos para serem apreciados na ExpoSabores. Entre eles estão os coloniais e muçarela em nozinhos, este nos sabores: tradicional, com orégano, e o queijo muçarela trançado ao vinho, que fica maturando oito dias no vinho. “Temos também o provolone defumado, que não possui um sabor tão forte de defumado como o de outras marcas.”, declarou Moleta.
Para os amantes dos queijos não faltam opções. Basta vir à ExpoLondrina e fazer suas escolhas.
Foto: Fernando Cremonez