Por Vítor Ogawa
A ExpoLondrina reuniu empresas de contenção de gado com o que há de mais moderno em equipamentos para manejo animal, com destaque para várias empresas que optaram pela substituição da madeira por materiais recicláveis, madeira plástica, polipropileno ou aço. Os valores variam conforme a tecnologia empregada.
A Troncos e Balanças Trivelato, de Cambé (PR), está completando 55 anos de mercado e trouxe ao evento sua linha de troncos hidráulicos em aço, que prometem agilidade no manejo – até 140 animais por hora – e redução de estresse no gado. "O aço facilita a limpeza e é mais durável que a madeira", explicou André Ricardo Christensen, supervisor da empresa. “A pecuária de 30 anos atrás já não serve para pecuária de hoje. A empresa foi crescendo e se modernizando, foi quando nós vimos a necessidade do tronco de aço, porque ele é mais fácil para se lavar.” Ele ressaltou a disponibilidade de equipamentos com comandos eletro-hidráulicos. “Eles são mais leves e são sem barulho.”
Já a Amos Troncos Veterinários inovou com estruturas feitas de plástico reciclado, como garrafas PET, garantindo resistência e sustentabilidade. "Damos garantia vitalícia nesse material", afirmou Douglas Batista Bego, representante da marca. “A Amós tem um conceito diferente. O estrutural do nosso equipamento é um dos mais robustos que você encontra no mercado. A gente fala que é o mais robusto do mundo.”
A Açores Equipamentos, pioneira no segmento há 70 anos, apresentou uma plataforma automatizada para confinamentos, que reduz o tempo de manejo. Tudo pode ser controlado de uma cabine com todos os controles centralizados. "O produtor precisa de tecnologia para gestão eficiente", destacou Ronaldo Pauleno, gerente de vendas. Pauleno ressaltou que mesmo faltando três dias para o fim da ExpoLondrina, as vendas já superaram a do ano passado. “Com a arroba do boi em alta (R$315 contra R$207 no ano passado), as vendas de equipamentos devem dobrar em 2025, segundo projeções. Esperamos que até o fim da ExpoLondrina a gente dobre as vendas em relação a 2024. Ele ressaltou que a pecuária está no momento de crescimento. “A gente está entrando em um ciclo novo. O produtor está se preparando, tecnificando o curral para esse momento. Agora é a hora do pecuarista estar preparado para o novo”, argumentou Pauleno.
"Estamos otimistas. A abertura de mercados como o Vietnã impulsiona a pecuária e isso tem reflexos na comercialização de equipamentos de contenção de gado", comentou Mariana Beckhauser, representante da Beckhauser, pioneira em tecnologias de manejo e contenção de bovinos. “Aqui a gente trouxe a linha total flex, que é a nossa principal linha de vendas para fazenda. Ela é inspirada mesmo no total flex automobilístico. O cliente vai escolhendo os opcionais e monta o modelo conforme as necessidades dele.” Ela explicou que existe um chassi padrão e o cliente pode escolher a contenção mais adequada, que vai desde o manual até o automatizado.
A Troncos e Balanças Zebu, de Rolândia (PR), destacou a madeira plástica como alternativa ecológica. "Ela não estraga e elimina o desmatamento", disse Samuel Carvalho, gerente da empresa.
Wilson Manhãs, da empresa troncos e balanças Progresso, relatou que o modelo mais vendido é o tronco modelo americano, que possui parede móvel. “Ele trabalha com as duas paredes juntas, fazendo um tipo de ‘sanduíche’, travando o animal e imobilizando totalmente ele para fazer inseminação, toque, castração ou marcação. Enfim, todo o trabalho que pode ser feito com o gado.”
O equipamento utiliza madeira. “A que a gente utiliza chama-se cumaru e é uma madeira de lei que vem lá do Pará. Associamos isso com o aço que passa por tratamento e pela pintura eletrostática, que é uma pintura à pó que previne contra a corrosão.”
Os troncos manuais podem ser encontrados a partir de R$ 35 mil (Progresso) e hidráulicos entre R$60 mil e R$ 145 mil (Amós), troncos com sistemas automatizados podem ser achados por preços até R$ 360 mil (Açores Equipamentos).
A feira segue até o próximo domingo (13), com expectativa de superar o movimento de 2024.
Fotos: Ricardo Chicarelli