Por Vítor Ogawa
A ExpoLondrina 2025 encerrou seu ciclo com números expressivos e um saldo extremamente positivo para o setor animal. Com aumento no número de pavilhões, diversificação de raças e bons números de comercialização, a feira reafirmou seu papel como um dos principais eventos pecuários do país, atraindo criadores de diversos estados e projetando Londrina no cenário internacional.
Segundo Luigi Carrer Filho, diretor de atividade pecuária e melhoramento genético da Sociedade Rural do Paraná, a edição deste ano superou as expectativas. "Tivemos uma movimentação maior de gado dentro do parque: três pavilhões de animais da raça Nelore (contra dois em 2024) e quatro de genética de ponta, incluindo a estreia da raça Brangus", destacou. Além disso, houve o lançamento do Congresso Mundial da raça Brangus, que será sediado em Londrina em março de 2026, com expectativa de receber 2,5 mil participantes de diversos países.
A ovinocultura também teve destaque, com mais de 400 animais de raças como Dorper e Santa Inês, vindos de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e até Brasília. Francisco Fernandes Júnior, organizador do setor, ressaltou a Exposição Sulista da raça Dorper, que elevou o nível técnico e comercial do segmento. "Tivemos leilões com liquidez total e uma projeção de venda de 50 a 70 animais durante a feira", afirmou.
Qualidade genética e comercialização em alta
A seleção de animais surpreendeu pela excelência genética. Neusa Soni Jamus Assad, especialista em julgamentos de raças, destacou: "Todos os animais estavam impecáveis, com conformação superior. A carne de segunda tinha qualidade igual à de primeira, reflexo de um manejo nutricional e sanitário rigoroso".
“Nós tivemos uma média de uns 350 nelores. Nós já tivemos há vários anos mais de 1000 nelores aqui dentro, só que com o fechamento da barreira por causa da febre aftosa o gado de São Paulo e Mato Grosso não pode entrar no Paraná.” Mesmo trabalhando só com a população do Paraná, Neusa Assad observou que o rebanho é muito bom e bem representativo. Em 2026, em março, vai ter um Congresso Mundial do Brangus. “Produtores do Rio Grande do Sul já vieram para abrir caminho, então aí vai ser um sucesso para o ano que vem.”
Nos leilões, o volume negociado deve superar os R$12 milhões registrados em 2024. Com destaque para o setor de ovinos, que movimentou cerca de R$ 300 mil em apenas 25 lotes. "Ainda estamos fechando os números, mas há grande chance de superarmos o ano passado", adiantou Carrer.
Desafios e projeções para 2026
Com a reabertura da barreira sanitária, a expectativa é que a próxima edição receba ainda mais animais de São Paulo e Mato Grosso, ampliando a diversidade de raças. "Já estamos planejando como acomodar mais expositores, seja com turnos extras ou novos pavilhões", disse Carrer.
Para os ovinocultores, o foco é ampliar o consumo da carne ovina, hoje ainda restrita a nichos. "Precisamos de políticas públicas que fortaleçam a cadeia, desde o produtor até o frigorífico", defendeu Fernandes.
Legado e reconhecimento
Além dos resultados comerciais, a ExpoLondrina reforçou seu caráter acolhedor e técnico, com 11 eventos sobre melhoramento genético, produção de carne premium e bem-estar animal. "Nosso maior orgulho é ver criadores de todo o país escolhendo Londrina para mostrar seu trabalho", concluiu Carrer.
Com crescimento consistente e planejamento estratégico, a feira consolida-se como vitrine da pecuária nacional, preparando o terreno para uma edição 2026 ainda mais grandiosa.
Fotografias: Lunartty Souta