Por Mariana Guerin
A Expo Genética já é uma ação consolidada dentro da programação da ExpoLondrina. Na sua primeira edição, em 2024, foram disponibilizados dois pavilhões para a exposição de reprodutores e matrizes da raça Nelore que participaram de um leilão ao final da feira, quando todos os animais foram comercializados. O sucesso da ação foi tão grande que este ano a Expo Genética vem com quatro pavilhões: três para animais da raça Nelore e um para a raça Brangus.
De acordo com diretor de Pecuária da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Luigi Carrer Filho, cada pavilhão conta com 20 baias que podem acomodar de um a três animais, dependendo do tamanho de cada boi ou vaca. Este ano, participam da Expo Genética cerca de 150 animais.
“Em cada baia você encontra informações como avaliação genética e genômica, peso ao nascer, peso com 120 dias, área de olho de lombo, intervalo de partes, espessura de gordura subcutânea, marmoreio” elenca Luigi.
Ele reforça que além de mostrar seus reprodutores e matrizes, o produtor pode vender o animal exposto ou os filhos dele, “que vão trabalhar no que a gente chama de gado geral, que é o gado de campo que, normalmente, você engorda e vai para o abate”.
Este ano, a maioria dos animais que participa da Expo Genética são de propriedades do Paraná. “Eles vendem animais, vendem embriões, vendem sêmen de touro, aspiração de uma vaca. No pavilhão do Brangus, um produtor já vendeu oito touros desde o início da feira”, cita o diretor, destacando que o objetivo do espaço é, justamente, fomentar a comercialização de material genético de qualidade.
Luigi reforça que os animais da Expo Genética têm a mesma qualidade dos animais de argola que participam de julgamentos durante a ExpoLondrina. “Eles têm um alto valor genético, são animais que têm genotipagem, têm provas consistentes, são avaliados por alguns institutos, só que não são animais de cabresto. Mas, muitas vezes, são a demonstração de produtos das matrizes e touros de argola.”
“O que a gente quer com esses pavilhões é justamente propagar essa genética. Hoje, o Brasil é o maior produtor de carne e produzindo uma carne de qualidade justamente porque essa disseminação da genética, da inseminação artificial em tempo fixo e da transferência de embrião, democratizou o melhoramento genético por todo o Brasil”, completa o diretor.
Ele reconhece que a ação deu tão certo que se tivesse mais um barracão certamente estaria lotado de animais de alta qualidade genética. “Os produtores sentiram a necessidade e nós também de oferecer outra maneira de comercializar. Aqui, por exemplo, quem está vendendo um animal está em contato direto com o comprador, não tem comissão, não tem nada. A comercialização é direta.”
Para Luigi Carrer Filho, a vantagem de comprar um reprodutor ou matriz na ExpoGenética está em ver o animal in loco e avaliá-lo em tempo real. “Se eu quero, no futuro, que as filhas dele sejam boas matrizes, o que este animal tem que ter: habilidade materna e produção de leite. Mas se eu mexo só com engorda, eu quero comprar um reprodutor que transmita precocidade de ganho de peso”, exemplifica.
Outro benefício é que a Sociedade Rural oferta toda a estrutura para que os produtores participem da Expo Genética, como as baias, o cepilho, a silagem, a água e a limpeza das baias. “Já a distribuição dos animais nas baias e pavilhões é feita pela Associação dos Neloristas do Paraná (Anel)”, diz Luigi, destacando que o custo para um animal ficar alojado nos pavilhões durante os dez dias de exposição é de apenas R$ 120. “É um ótimo custo-benefício e faz parte do propósito Sociedade Rural, como entidade de classe, de fomentar o agronegócio em todas as suas vertentes.”
No próximo domingo (13) acontece a segunda edição do Leilão Premium Expo Genética, a partir das 9 horas, na Casa do Nelore, no Parque Ney Braga Eventos. “Como ele é televisionado, criadores do Brasil inteiro podem ter acesso a essa genética. Então, além de o animal ser comercializado aqui, em um corredor da Expo, na venda direta entre produtor e comprador, o leilão também irá democratizar a comercialização dessa genética de qualidade para qualquer parte do Brasil”, finaliza Luigi.
Fotos: Rubem Vital