Por Mariana Guerin
Quem não se encanta com os cavalinhos que todo ano participam da ExpoLondrina! Eles são mesmo apaixonantes. E este ano, mais um julgamento de pôneis da raça mini-horse acontece na pista central do Parque Ney Braga Eventos para a alegria das famílias de visitantes.
Além da fofurice, a raça se destaca por sua tripla aptidão: sela, tração e animal de estimação. Sua resistência, rusticidade, docilidade e pequena estatura fazem dele um “brinquedo vivo” que pode ser criado em pequenos espaços a um baixo custo.
É a segunda vez que o criador Rogério Andrade Pinto Ramalho, da Estância das Acácias, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), é juiz da raça na ExpoLondrina. Ele explica que o julgamento consiste em avaliar o animal de acordo com o padrão racial definido pela Associação Brasileira dos Criadores de Mini-Horse (ABCMH), que busca chegar o mais próximo possível de um animal perfeito.
Pelas normas da associação, a conformação de um mini-horse é a de um cavalo em miniatura que deve ser bem estruturado, musculoso e proporcional ao seu tamanho. Deve sempre mostrar leveza, ter bom equilíbrio e muita elegância.
Ramalho lembra que a raça foi criada no Brasil, a partir do cruzamento de pôneis, e vive um momento de grande expansão no país, conquistando, ainda, os mercados do Paraguai e Chile. “O pônei é uma espécie equina que reúne diversas raças, entre elas, o mini-horse, que é a menor delas.”
Melhoramento genético
“Estamos buscando cada vez mais diminuir a altura do cavalo, mas, ao mesmo tempo, deixá-lo proporcional. Queremos lapidá-lo morfologicamente para se enxergar um cavalo em miniatura, com uma cabeça proporcional, um pescoço leve, uma boa proporção de altura e comprimento corporal”, revela Ramalho.
Ele explica que o melhoramento genético do mini-horse acontece por meio da monta natural. “O criador imagina o cruzamento de um garanhão com uma determinada égua e fica na expectativa do nascimento do produto para ver se o que ele pensou deu certo. Não há melhoramento em laboratório”, diz.
Por isso, o número de criadores tem crescido vertiginosamente no país. Muitos descobrem a raça por curiosidade e gostam tanto que se tornam criadores e associados da ABCMH.
De acordo com Ramalho, são vários os perfis de criadores de mini-horse. “A pessoa que já é criadora de cavalo se interessa muito. Hoje temos vendido muito para criadores de quarto-de-milha, que colocam os cavalinhos para recepcionar visitantes nas fazendas”, diz.
Outro nicho são as famílias que compram os cavalinhos para criar como pets. “Eles gostam tanto porque os animais são tão dóceis, tão apaixonantes, que eles acabam comprando mais um machinho, mais uma feminha e acaba começando a criar.”
Manejo
Os mini-horses são animais que exigem muito pouco manejo. ”Um cavalinho se mantém com 500 gramas de ração por dia, que é o que come um cachorro de grande porte. Então, o custo para você manter o animal é muito baixo. Desde que tenha um espaço adequado, com um pouco de grama, um pouco de terra para ele poder fazer o dia a dia dele como cavalo, você pode ter ele em qualquer lugar”, avalia Rogério Ramalho.
Ele explica que por ser um animal que não demanda muita energia, a alimentação de um mini-horse inclui a ração concentrada, o volumoso em forma de capim, pastagem ou feno e um sal mineral próprio para equinos.
A expectativa de um animal bem cuidado é de cerca de 25 anos e como são manejados desde quando nascem, os mini-horses crescem muito dóceis. “Você vende um animal para uma família com criança e logo você recebe uma foto da criança andando, puxando, brincando. Isso é muito gratificante”, comemora Ramalho, reforçando que o mercado pet é o mais aquecido no cenário atual. “Eu, como criador, tenho vendido bastante para clientes que têm mini-horse no quintal de casa.”
Atualmente, o valor de um mini-horse parte de R$ 5 mil e pode chegar a R$ 150 mil. Eles são comercializados a partir da desmama, com seis meses de vida. São Paulo e Rio Grande do Sul lideram o número de animais registrados na ABCMH, que tem sede em Avaré (SP), mas a raça está presente no país inteiro.
Julgamento
Londrina é a primeira etapa do ranking nacional da ABCMH, que promove etapas em diversas exposições Brasil afora. Ao final da temporada, são somados os pontos de todas as competições para definir o campeão do ranking. “É muito importante participar desde a primeira etapa”, sugere o juiz Rogério Ramalho.
Segundo ele, devido à evolução constante da raça, todo ano há uma surpresa sobre o líder do ranking nacional. “Isso varia muito de score corporal. Cada animal tem uma qualidade a ser avaliada, mas isso depende de como ele está no momento da competição.”
O julgamento é sempre realizado em pista, com uma dinâmica própria: primeiro é avaliado o andamento, depois os aprumos do cavalo caminhando e depois se avalia morfologicamente. Os animais são divididos em categorias, de acordo com a idade e o sexo.
As fêmeas entram separadamente dos machos e as categorias são a partir dos seis meses. Dentro das categorias, os animais são avaliados por método comparativo. “No julgamento, a gente avalia a morfologia, a proporcionalidade, o andamento e os aprumos do animal para chegar o mais próximo do padrão racial.”
“O padrão racial é um animal proporcional no tamanho e no comprimento de corpo e altura. Machos têm até 89 centímetros (cm) de altura e fêmeas até 93 cm e dentro dessas especificações você tem a morfologia”, informa o juiz.
Ele destaca que a cada ano, um juiz diferente avalia os animais durante a ExpoLondrina. Para se tornar juiz em campeonatos de mini-horses é preciso fazer parte do quadro de técnicos da ABCMH. “Você é escolhido por currículo ou indicação e tem que ter conhecimento na área de equinos. A gente faz um estágio e fica apto a poder julgar”, explica Ramalho, que além de juiz é técnico de registro de animais e criador.
Sua história com os mini-horses começou aos 12 anos. “Tudo começou com meu pai, ele sempre foi apaixonado pelos cavalinhos. Aí ele foi comprando, se tornou criador e com o tempo, passou toda a criação para mim. Fui tomando conta, evoluindo e hoje em dia eu trago meu filho, que também é apaixonado. É uma paixão que passa de geração a geração.”
Resultado XXI
Campeonato Nacional do Mini-Horse
Progênie de mãe suprema
1º prêmio: Guguiná Petúnia (mãe)
Expositor: Alexandre Ghelardi
Progênie de mãe
1º Prêmio: Zillah de Avaré (mãe)
Filhos: Avaré Hobleman e Avaré Playboy
Expositor: Enéas Cezar Ferreira Junior e José Bastos Cruz
Sobrinho e Filhos
2º Prêmio: Avaré Adega (mãe)
Filhos: Tebas e Uva e Sarandi
Expositor: José Correa Garcia Junior
Progênie de Pai Jovem
1º Prêmio: Avaré Little By Little (pai)
Filhos: Avaré Xicory, Ventana, Version-Litlle
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
2º Prêmio: Avaré Quartzo-Blend (pai)
Filhos: Guguiná Empire, Elegance, Essence
Expositor: Luiz Santana Zillo
Progênie de Pai Sênior
1º Prêmio: Avaré Landlord (pai)
Filhos: Avaré Playboy, Rose-Hips, Quietness
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
2º Prêmio: Avaré Mushroom (pai)
Filhos: Napoles, Sicília, Veneza da Lívia
Expositor: Alexandre Ghelardi
Campeonato Mirim
Campeã: Avaré Zany-Hips (Nobleman)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Campeonato Potra Jovem
Campeã: Avaré Xicory (Nobleman)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Res.Campeã: Avaré Xuvinha (Rifleman)
Expositor: Vinícius Vilela de Carvalho
Campeonato Potra Maior
Campeã: Avaré Vision-Flower (Prince)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Res.Campeã: Uva do Sarandi (Output)
Expositor: José Correa Garcia Junior
Campeonato Potra Junior
Campeã: Hannah da Pratinha (Johnny-Kid)
Expositor: José Correa Garcia Junior
Res.Campeã: Avaré Ventana (Little by Little)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Campeonato Égua Jovem
Campeã: Tebas do Sarandi (Johnny-Kid)
Expositor: José Correa Garcia Junior
Res.Campeã: Vernissage da Laginha (Playboy)
Expositor: Antônio Aldemar Carvalho de Almeida
Campeonato Égua
Campeã: Avaré Rose-Hips (Londlord)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Res.Campeã: Avaré Quietness (Londlord)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filho
Campeonato Égua Adulta
Campeã: Avaré Nicole-Zum (Zumbi)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Res.Campeã: Avaré Pumpkim (Help)
Expositor: José Correa Garcia Junior
Campeonato Égua Sênior
Campeã: Guguiná Sensation (Risky Business)
Expositor: Luiz Santana Zillo
Res.Campeã: Avaré Jelly (Expressive)
Expositor: Ary Petris Filho
Campeonato Mirim
Campeão: Palermo da Lívia (Mushroom)
Expositor: Alexandre Ghelardi
Campeonato Potro Jovem
Campeão: Importante da Pratinha (Triumph)
Expositor: José Correa Garcia Junior
Campeonato Potro
Campeão: Guguiná Empire (Quartzo-Blend)
Expositor: Luiz Santana Zillo
Res.Campeão: Avaré Ximbé (Expressive)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filho
Campeonato Potro Maior
Campeão: Avaré Version-Little (Little by Little)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filho
Campeonato Potro Junior
Campeão: Bérgamo da Lívia (Milão)
Expositor: Alexandre Ghelardi
Res.Campeão: Avaré Vineyard (Pixote)
Expositor: José Correa Garcia Junior
Campeonato Cavalo Jovem
Campeão: Avaré Unique-Boy (Our-Boy)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Res.Campeão: Avaré Ticket-one (Asterix)
Expositor: Miguel
Frederico Coatti e Filhas
Campeonato Cavalo
Campeão: Nápoles da Lívia (Mushroom)
Expositor: Alexandre Ghelardi
Campeonato Cavalo Adulto
Campeão: Avaré Playboy (Landlordo)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Res.Campeão: Avaré Nobleman (Zoomp)
Expositor: Enéas Cezar Ferreira Junior
Campeonato Cavalo Sênior
Campeão: Avaré Lancelot (Question)
Expositor: José Bastos Cruz Sobrinho e Filhos
Fotografia: Lunnarty Souta