Em palestra na ExpoLondrina, Dr. Marcos Cabrera afirma: “Estamos vivendo mais, mas não necessariamente melhor”

Por Fernanda Bressan

A saúde e a qualidade de vida da mulher na maturidade foi tema de palestra hoje, 11 de abril, na ExpoLondrina. O assunto foi abordado pelo médico geriatra Dr. Marcos Cabrera no Lounge da SRP.

Cabrera ressaltou que estamos vivendo mais, mas não necessariamente melhor. “Tivemos uma mudança no perfil de tempo de vida, a expectativa de vida das pessoas está aumentando bastante comparado a 40, 50 anos atrás. Isso significa que vamos passar muito mais tempo da vida depois dos 50 anos, diria até que muitos de nós vamos ter um período grande após esse período, chegando aos 90 ou até aos 100 anos. Isso é uma conquista da ciência, da tecnologia que a gente consegue aumentar a expectativa de vida. Só que o que a gente conseguiu com a ciência foi aumentar a expectativa de vida, o tempo na maturidade, mas não conseguimos dar qualidade a esses anos, não conseguimos ter saúde nesses anos”, ressalta.

 Ele acrescenta que saúde não é só a física, mas envolve também a psíquica, social e afetiva. “Todas elas são importantes após a maturidade. Nesta fase ainda não temos a velhice, mas já temos todo o desenvolvimento da família, da profissão, é uma fase mais madura em que as questões de saúde física acabam tendo protagonismo. É muito comum o indivíduo falar de dores, ansiedade, depressão, de chegarem as doenças crônicas como câncer, diabetes, hipertensão, os esquecimentos. Os problemas de saúde acabam representando um grande distrator dessa fase que poderia ser muito boa”, diz.

Mas há escolhas que podemos fazer para viver com qualidade e longevidade. Cabrera pontua que a qualidade depende muito da autogestão. “Depende do indivíduo e é preciso que ele saiba disso, que saiba como é o estilo de vida saudável e que estes determinantes vão muito além do biológico, vão muito além do que você come, se você toma remédio, se faz exercício, ele passa também por questões emocionais e estruturais”, elenca. 

Dentre os pontos importantes o geriatra destaca que é fundamenta ter uma proposta e vida. “O que você está fazendo na sua profissão? Como você está conduzindo os seus sonhos depois dos 50 anos? Você está transformando o seu sonho simplesmente no sonho dos seus filhos? Como você está planejando as coisas prazerosas da vida, como está se relacionando?”, são questões levantadas por ele para reflexão.

Fotografia Henrique Campinha